O que é inteligência?
Escrito por Josylene Sousa.
Antes da publicação dos estudos das “Inteligências Múltiplas” (IM) elaborado por Howard Gardner, o conceito de inteligência era dividido em Exatas, Humanas e Biológicas. Ou você tinha aptidão para elas ou não era inteligente! Após isto, foi Daniel Golemann quem cunhou o termo “inteligência emocional” e realizou estudos nesta área.
Afinal, o que mudou na Inteligência do homem? Nada, o que mudou foi o conceito. Hoje, a inteligência é definida como “a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos valorizados em um ambiente cultural ou comunitário”. O que eles não sabem é que a Astrologia já estava uns bons passos à frente e encarava a inteligência exatamente assim. Ou seja, uma ciência que atravessa séculos já sabia que inteligência era algo mais amplo. Infelizmente, este estigma de que a astrologia só é previsão de futuro acaba provocando um certo atraso na nossa cultura, na nossa civilização e, porque não dizer, no nosso progresso. A astrologia tem muito mais para oferecer do que se imagina. Já pensou se Gardner ou Golemann conhecessem Mercúrio ou a Lua em signos, casas e aspectos? Isso porque quero ser bastante objetiva, afinal os 12 signos, os 10 planetas e os vários aspectos que podem ser produzidos por eles nos levariam a uma infinidade de inteligências múltiplas e emocionais.
Hoje não se valoriza somente a inteligência lógico-matemática, graças a Deus, porque sou péssima nela. O fato de não termos habilidades em uma determinada área não significa que não sejamos inteligentes.
Howard Gardner, acompanhando o desempenho profissional de pessoas que haviam sido alunas fracas, surpreendeu-se com o sucesso obtido por várias delas, e, a partir disso, passou então a questionar a avaliação escolar, cujos critérios não incluem a análise de capacidades alternativas que são importantes na vida das pessoas. E, o que é fantástico, ele concluiu que as formas convencionais de avaliação, as terríveis provas, apenas traduzem a concepção de inteligência vigente na escola, limitada à valorização da competência lógico-matemática e da lingüística.
Gardner estabeleceu vários critérios para que uma inteligência seja considerada como tal, desde sua possível manifestação em todos os grupos culturais até a localização de sua área no cérebro. Ele identificou sete inteligências, mas não considera este número definitivo. Lembra o que falei sobre ele conhecer um pouco de astrologia?
A idéia da pesquisa prática com inteligências
Não consigo entender uma astrologia que não seja prática, usada no cotidiano. Dando aula a crianças de periferia de Cidadania e Convivência Moral, também chamada de evangelização espírita, depois de um curso sobre as IM, resolvi colocar em prática um outro tipo de abordagem: uma mistura de astrologia com as IM. Como não tinha os horários exatos de nascimento para levantar os mapas pessoais, comecei com um estudo básico, no qual usei o conceito de Inteligência como sendo Mercúrio, que é o planeta que nos dá a capacidade de entender e “digerir” o que está a nossa volta.
Dividi meus alunos em grupos de elementos – Fogo, Terra, Ar e Água – e comecei a aplicar atividades relacionadas às inteligências. Meus alunos que tinham dificuldades desde aprendizado, e até de socialização, tiveram mudanças em seus comportamentos e uma melhora de 45% na sua participação em aula comigo, sendo que o aprendizado escolar também deu sinais de melhora. Abaixo, os resultados obtidos com esta metodologia.
As crianças de Fogo
Fazem diversos trabalhos sobre o mesmo tema. Sua produção é alta. Não conseguem dividir suas idéias com os outros colegas. Impacientam-se com aqueles que demoram a entender a atividade pedida. Preferem fazer para os outros a explicar.
Arianos: começam vários trabalhos, jogam fora, começam de novo, olham os dos outros, recomeçam, até que se encontram e fazem o seu de forma pessoal. Usam cores vivas, riscos e se dão bem com trabalhos nos quais possam empregar elementos da natureza como pedras, terra, folhas, etc.
Leoninos: conseguem se expressar rapidamente na atividade. Não gostam que olhem o seu trabalho e os entregam de forma que os outros não vejam, com a folha ou cartaz virado, por exemplo. Não apreciam dividir sua experiência com os colegas. Têm medo de serem copiados, mas são capazes de copiar dos colegas na cara dura. Colocam defeito no trabalho dos outros, em especial se forem muito diferentes dos seus. Percebem a insegurança dos elementos de Ar e Água e usam isto contra eles, deixando-os mais inseguros.
Sagitarianos: o difícil é trazer alguma atividade que ele já não tenha feito ou que ele não conheça alguém que já não tenha realizado. De uma forma muito particular, os sagitarianos sabem e conhecem tudo e, pior, não nos deixando dizer o que queremos. Interrompem, de maneira que é preciso repetir diversas vezes qual é a atividade e o objetivo. Fazem o trabalho várias vezes até que conseguem entender o que foi pedido. Seus trabalhos são uma mistura do que eles acreditam que deveria ser com aquilo que foi especificamente solicitado.
As crianças de Terra
Usam cores fortes, perguntam no que aquilo será usado. Precisam ter um objetivo concreto, que quando é explicado faz com que o trabalho flua melhor. Se você não consegue passar um objetivo para aquilo ser feito aquilo ficam lentos e não conseguem terminar, perdendo o interesse.
Taurinos: têm dificuldade para atividades abstratas. Normalmente se isolam, questionam e só ouvem a mim, orientadora, mesmo que um colega dê a mesma resposta. Mas não desistem facilmente da atividade. Seus trabalhos têm poucos adereços, utilizam pouco material. Uma particularidade: gostam de colocar uma seta indicativa sobre o seu desenho dizendo o que é e para o que serve.
Virgem: têm dificuldade em aceitar as atividades de pronto. Reclamam, querem fazer do seu jeito, dizem que não farão. É uma batalha conseguir convencê-los a realizar o trabalho. Resmungam pelos cantos em tom baixo de voz. Quando os ignoro, e as suas lamentações e criticas, eles fazem as atividades quietos e bem concentrados, transferindo seu potencial para a briga para o material de trabalho. São os últimos a entregar o trabalho, mas o mesmo vem sempre vêm impecável e bem feito.
Capricórnio: quando sua mente não se dispersa, entendem de pronto a atividade. Pegam seu material e se entregam a ele. Fazem com capricho e um certo carinho. Gostam de levar suas tarefas para casa, acredito que para mostrarem a sua família aquilo que conseguiram criar. Não têm dificuldade para as atividades criativas abstratas, a não ser em alguns momentos.
As crianças de Ar
Dificuldades em realizar as atividades sozinhos. Apresentam muitas dúvidas. Não se sentem satisfeitos com o seu trabalho. Não conseguem perceber o quanto o que fazem é bom e acabam captando as idéias dos outros.
Geminianos: gostam mais de um bom papo do que de colocarem a mão na massa. Tentam me enrolar para não fazerem. Por mais que eu explique que é preciso usar mãos e a boca de forma que um não supere o outro é uma grande dificuldade mantê-los concentrados. Qualquer coisa os faz desviar a atenção da atividade. Atrapalham muito os colegas com sua desatenção. Por fim, sentam e entregam o trabalho como se toda esta demora fosse uma fonte de pesquisa.
Librianos: percebo duas fortes tendências. Alguns precisam se sentir copiando, seja dos colegas ou de um molde, enquanto outros são incentivados com material extra, especial, aquele material que só eles têm. Aí o trabalho flui fácil, se sentem mais seguros e conseguem produzir.
Aquarianos: seus trabalhos são sempre muito originais, até mesmo estrambólicos, misturam tudo o que vem pela frente. Sempre usam todo o seu material e, se bobear, os dos amigos também. Muito criativos quando se dá liberdade para criarem o que bem entenderem. O que fazem nunca se parece em nada com os dos colegas, e mesmo que você repita a atividade são sempre capazes de produzir algo bem diferente do que já fizeram.
As crianças de Água
São inconstantes. Não consegui identificar porque às vezes fazem seus trabalhos de forma muito criativa e, em em outras, não conseguem e querem desistir. Um mesmo trabalho pode tanto ser feito de uma forma como de outra. Precisam de apoio emocional, da presença de alguém com quem eles se sintam seguros. Há diferença quando estou por perto, conversando, falando sobre suas famílias e amigos, fazendo carinho e dando atenção e quando não ajo desta maneira.
Cancerianos: demoram a começar o trabalho. Andam pela sala olhando dos colegas, perguntando porque eles estão fazendo assim ou assado. Ajudam os colegas a fazerem os seus trabalhos e vão deixando o seu por último. No fim, entregam um trabalho que expressa o contato feito com cada um de seus colegas.
Escorpianos: difícil é não reconhecer um trabalho de um escorpiano. Há uma grande facilidade em relatar os aspectos negativos das atividades. Empregam cores escuras e seus trabalhos têm um certo ar de desleixo. Muita mistura, de uma forma que nos causa um desconforto ao vê-lo. Entretanto, como tudo neles é intenso, quando gostam de uma atividade isto é percebido de pronto, porque eles utilizam toda a sua criatividade, mas quando não gostam dificilmente seguem com a atividade até o final.
Piscianos: nunca os vi valorizarem o que fazem. São chorões e existe uma necessidade muito grande de estimulá-los para que produzam. Conseguem criar na cabeça e expressar sua criação falando dela, mas na hora de colocá-la em prática, no papel, a dificuldade aparece. Se sentem impotentes com os trabalhos, sofrem ao tentar concretizá-los. Quando terminam seus trabalhos, o resultado é sempre surpreendente, há um algo mais, um toque sempre muito sutil e especial.
Conclusões
Segundo Gardner, não considerando os casos em que há alguma lesão, todos nascem com o potencial das várias inteligências, que eu analiso como os signos, casas e aspectos astrológicos.
Gardner diz que o ambiente, que inclui todos os estímulos culturais, pode favorecer o desenvolvimento de algumas inteligências e deixar de aprimorar outras. É o que dá a cada um seu perfil particular e o transforma em ser único.
O bom de tudo isso é que a teoria da inteligência rejeita qualquer possibilidade de medi-la pelos métodos convencionais, principalmente pelos terríveis testes de Q.I. (quociente de inteligência), os quais avaliam apenas as manifestações das competências lógico-matemático e lingüística, não incluindo todo o espectro da inteligência.
Na realidade, somos todos inteligentes e deveríamos perceber isto, nos concentrando em áreas em que nos manifestamos mais facilmente. Nos especializando nelas para colocarmos para fora todo o nosso potencial.