Conheça a fundo fatores que levam a esse comportamento e dicas para evitá-lo
Comportar-se como uma vítima é ter menor vitalidade, capacidade de reagir e de mudar a própria vida. Isto tem um preço, na forma de possibilidade de tempo perdido, mais chance de escolhas equivocadas e de desenvolver doenças.
Mas como reconhecer se você ou alguém próximo tem comportamento de vítima? Este artigo pretende desvendar o perfil da vítima e os fatores que contribuem para este problema.
“A vida não deu certo para mim”
Zilda tem sessenta anos e mora sozinha. Nos áureos tempos, assessorou chefes poderosos. Era competente no que fazia e tinha muitos amigos. Casou-se com um homem sem estudos e ajudou-o a se formar e a crescer na vida. Separaram-se há muitos anos.
Depois que se aposentou, ela relatou que os amigos se afastaram. Segundo ela, a maioria das pessoas é interesseira, e, por isto, não lhe sobraram amigos, razão pela qual não acredita mais nas pessoas. O último foi um homem para quem ela pagava o almoço. Algumas vezes, ele vinha acompanhado do irmão, que também ganhava de Zilda uma refeição grátis. Ambos tinham recursos.
Zilda teve uma infância difícil, na qual sofreu, precocemente, abuso sexual. Sente muita saudade da mãe, única pessoa que acredita que a amou verdadeiramente e com quem teve um laço forte. A mãe foi uma mulher sofrida, muito infeliz no amor e, assim como ela, Zilda também não sentia afeto pelo pai.
Atualmente, Zilda depende da empregada, que muitas vezes lhe dispensa um tratamento rude. Faz uso de medicamentos psiquiátricos, que mexem bastante com a sua concentração, e diz ter uma saúde delicada, com uma série de problemas. É fã da Astrologia há muitos anos. Conta ter tido dois professores de longo prazo de temperamento difícil, de quem não gostou e com quem não conseguiu aprender muita coisa. Continua a ter como meta aprender Astrologia, o que parece ser uma questão de orgulho. Por sentir uma solidão insuportável, marcou uma consulta astrológica.
Passemos ao caso de Berta, na faixa dos quarenta anos, tendo recebido uma herança tardia de seu pai assassinado. Foi a grande chance da sua vida. Investiu, primeiramente, na compra de um terreno para fazer um estacionamento. Descobriu, porém, embaraços legais, que impediram a continuidade do negócio. Colocou seu dinheiro, então, em uma universidade de ensino à distância, que tinha por intermediário um professor que admirava. Não tardou para saber que era um negócio fantasma. A tal universidade nunca saiu do papel. Mais perdas.
Mas Berta era persistente e correu atrás de um terceiro empreendimento: uma loja de roupas para noivas. Contratou uma ex-lojista do mesmo ramo. Não demorou muito e a nova empregada de confiança passou a perna na patroa, desviando os clientes e voltando a ter seu próprio negócio. Fim de linha para Berta, que não tem mais dinheiro, apenas um vasto estoque de roupas de noiva, para o qual, devido a tantos revezes, está sem ânimo de procurar compradores. Com o dinheiro quase acabando, Berta não consegue sair de casa. Procurou auxílio na Astrologia. Perguntou: será que haveria alguma chance para ela? E o amor, como estaria? Ela mantém um relacionamento complicado com um homem que aparece de vez em quando e que não sabe da sua situação financeira. Os filhos também estão afastados. Há pouco tempo, ela entrou em um site de uma suposta vidente que prometia ganhos na loteria. Fez um depósito e não recebeu os milagrosos números de volta. Enviou um e-mail revoltado à astróloga comentando a falsa promessa.
Ambos os casos são reais, apenas os nomes foram trocados. Tanto Zilda quanto Berta são o que podem ser chamadas de vítima, pessoa que chegou a uma situação crítica – solidão e doenças numerosas no caso de Zilda e graves problemas financeiros no caso de Berta –, mas está em um estado de inércia ou paralisia. É como se ela estivesse perguntando “o que aconteceu”, mas, de verdade, não quisesse saber e nem se responsabilizar para mudar isto.
Você sabe como reconhecer uma vítima? Conheça alguns sintomas.
Que elementos caracterizam uma vítima? As vítimas clássicas, por assim, dizer, vão ter mais de um dos que estão descritos abaixo.
01. Inércia e estagnação. Esta é, de longe, a principal característica da vítima. Berta precisa vender as roupas de noiva para sobreviver, mas não faz isto. Tampouco procura um emprego. Reage mal, também, à sugestão de terapia, na qual não vê mérito. Zilda sente as dores da uma vida solitária, mas alega que a maior parte das pessoas é interesseira. Sofre muito por solidão, mas não faz absolutamente nada para mudar isto.
02. Problemas crônicos, de longo tempo, com um quadro de piora progressivo. As vítimas cultivam os mesmos problemas por um longo tempo. Dão vinte chances a um namorado que não vale nada, por exemplo. Zilda não ficou sozinha e doente da noite para o dia. Passou anos fazendo cursos de Astrologia que não gostou com professores com quem não se afinava. Só uma vítima faz isto. Berta desperdiçou sua herança em três incríveis maus negócios. Os problemas estavam se acumulando no caso das duas.
03. Tendência a manter relacionamentos ruins, sobretudo com algum grau de dependência. Zilda está totalmente só, com exceção da empregada que a maltrata. Queixa-se que as pessoas são interesseiras, mas, de alguma forma, é possível observar que foi conivente com isto, como no caso do amigo para quem pagava o almoço. Se ela se queixa que as pessoas são interesseiras foi porque criou este tipo de dinâmica em sua vida, tendo, na época, algum ganho psicológico com isto. Berta tem um namorado e filhos com quem mantêm um relacionamento distanciado, sem apoio nenhum. Também abriu espaço para uma pessoa que a lesou e terminou por levar sua loja à falência. Com muita frequência, vítimas têm relações abusivas. Podem se casar com homens/mulheres egoístas, ter filhos folgados, empregados ruins e namorados ausentes.
04. Autossabotagem. Zilda se aposentou há dez anos, praticamente o mesmo tempo em que ficou tentando aprender Astrologia sem sucesso. Disse ela que os professores tinham um caráter que não prestava. Pergunta: se não gostava deles como pessoas, por que ficou tanto tempo tendo aulas? Isto até se justificaria se Zilda tivesse aprendido algo, mas seu rendimento, segundo ela mesma, foi pífio. Então por que tantos anos convivendo com pessoas que ela não apreciava e com quem pouco estava aprendendo? Além disso, Zilda não fez uma única amizade nos cursos. A solidão, principal espinho de sua vida, seria mesmo culpa das circunstâncias? E por que a principal meta da vida dela continua sendo aprender Astrologia, sendo que a solidão é o que, de verdade, mais lhe dói? Será que seu orgulho – e faceta vítima – é que a impede de reconhecer que precisa ser mais humilde e talvez aprender a se relacionar melhor para ter pessoas em sua vida?
05. Queixa. Toda vítima tem um lamento ligado ao passado. “A vida não foi justa comigo”. Zilda chora a perda da única pessoa com quem teve um relacionamento verdadeiro, a mãe, e a forma como foi abandonada pelos amigos depois que se aposentou. Também fala da crueldade de seus professores de Astrologia e como é difícil viver neste mundo. Berta se queixa da vidente da Internet e da mulher que aplicou um golpe nela. Os filhos também são indiferentes. Tudo coincidência?
06. Confusão mental. A vítima, muitas vezes, é inteligente, não raro tem QI elevado e boa capacidade argumentativa, mas a sua mente tende a ser um lugar confuso, com muitas ideias e conceitos que teriam que ser revisados. Quanto mais vitimizada a pessoa, menos ela assimila uma consulta de astrologia. Algumas fingem que escutam, mas, de fato, não estão entendendo o espírito da consulta (que, afinal, está falando o vocabulário da ação, sendo que elas estão chumbadas no mesmo lugar), enquanto outras fazem de tudo para interromper e atrapalhar o trabalho pelo qual estão pagando.
07. Traumas de infância. Nada disso justifica a postura de vítima, mas é algo que pode ajudar a gerar este perfil. Berta teve o pai assassinado, Zilda foi abusada sexualmente na infância. Vítimas também podem ser filhas de outras. A mulher que sofre em um casamento pode ser filha de outra que passou pelo mesmo.
08. Ótimo ou péssimo relacionamento com um dos pais. O incrível/terrível mãe/pai são um terreno fértil para o vitimismo. No primeiro caso, tem que ser caracterizado um laço de exclusividade, como era o caso de Zilda (“eu e mamãe”). No segundo, um relacionamento muito difícil com um dos pais pode levar a pessoa a desenvolver um complexo de vítima. Quando temos um apoio dos pais, sem ser exagerado, é mais provável que também aprendamos a nos apoiar no futuro.
Afinal, o que é uma vítima?
Basicamente, o que define uma vítima é a infelicidade com as próprias condições e a incapacidade de fazer algo para mudá-las. A vítima típica é o cliente mais difícil da Astrologia, porque, por definição, não quer fazer nada por si mesma. Costuma procurar a Astrologia não para saber o que pode fazer, mas sim, para saber se vai acontecer algo mais para a frente que a salve. Ela não quer agir, seja porque está desanimada com isto, por causa das dores da vida, porque o mundo é um lugar ruim, porque julga que não há nada a ser feito ou porque quer acreditar em milagres. As desculpas são infinitas.
Ela diz ‘não’ (verbal ou mentalmente) a quase todas as sugestões, principalmente as de mudanças, refutando-as com desculpas furadas ou generalistas, tais como: “não é o meu momento agora”, “não nasci para ser feliz”, “meu mapa não me deixa ter sucesso”, “não adianta fazer tal mudança, pois vai dar na mesma”, “estou muito doente/estressado/irritado/infeliz”.
Tipos de vítimas
Conviver com uma vítima não costuma ser fácil, porque muitas delas tentam chantagear ou segurar ou outro. Mas há, também, o contrário disto, que são as vítimas trabalhadoras. Elas fazem tudo por você, mas você terá de ouvir as queixas constantes de coisas não dando certo. Existe um preço a ser pago para aceitar a suposta lealdade de alguém que é exageradamente solícito: dividir parte da pesada carga da vida desta pessoa. Muitas vítimas são ímãs de maus acontecimentos, que, infelizmente, só as ajudam a achar que a vida é menos justa para elas.
Há dois tipos bem comuns de vítimas: as amargas, como Zilda, e as ingênuas, como Berta. As amargas são as mais comuns. Parece que elas já nasceram com asco deste mundo, e ele só faz aumentar, ajudado, inclusive, pela mídia. Elas olham para tudo o que está falindo e dando errado, e se queixam como o ser humano costuma ser mau ou medíocre. São bastante tendentes a desenvolverem doenças limitadoras e dolorosas a partir da meia idade. Já as ingênuas repetem sempre os mesmos erros. Elas tenderiam a ser mais irresponsáveis consigo mesmas, com seu dinheiro, com suas vidas. Não raro, há uma composição dos dois perfis, com uma vítima do tipo amarga fazendo algo que mais tarde vai lhe custar caro, como emprestar um dinheiro necessário para quem ela sabe que não irá devolver.
Existe, também, tipos bem difíceis de serem identificados, como a vítima disfarçada, que nem parece vítima. Ela pode estar sendo vítima em algum setor de sua vida, sendo que o mais comum deles é o afetivo, através da manutenção de um relacionamento inerte, improdutivo ou, mesmo, nocivo. O sinal de que algo está errado é que a vida começa a ficar parada ou sem graça, e isto por anos!
Fatores de risco para desenvolver tendência à vitimização
01. Falta de ambição e objetivos. Já ouviu aquela história de ‘não viemos aqui a passeio?’. A falta de um objetivo é lesiva para o ser humano. Uma pessoa que não tem grandes objetivos na vida tem um fator de risco para o desenvolvimento de uma postura vitimizadora. Inclusive, hoje em dia, com a valorização da espiritualidade, há quem a utilize como desculpa, algo como “ser é muito mais importante do que fazer”.
02. Isolamento. O isolamento ajuda a sermos vítimas. Pessoas com poucos amigos e relações, ou com propensão a ficarem distanciadas, têm fortes possibilidades de se tornarem vítimas crônicas. As relações nos exercitam, por isto tenha-as na sua vida!
03. Relacionamentos de codependência. Pode ser uma relação vertical (com um pai ou uma mãe) ou horizontal (cônjuge, namorado). A querida mãe com seu filho tímido pode ser uma combinação complicada para o futuro. Isto não quer dizer que todo filho(a) que mora com a mãe depois dos trinta anos estabeleceu uma relação de codependência. Mas se ele(a) não se desenvolveu totalmente, e tem várias dificuldades emocionais, é provável que isto tenha acontecido.
03. A codependência também aparece em relacionamentos afetivos em que duas pessoas não conseguem se separar. Apesar de a relação há muito tempo não estar boa, sendo que um dos sinais pode ser a ausência de erotismo. Mas o problema pode ser negado com um “temos uma ligação espiritual muito forte” ou “um relacionamento afetivo não precisa de sexo, basta ter companheirismo” (o que pode ser verdade aos oitenta, mas não aos trinta anos). Um terceiro tipo de relação de co-dependência é aquela destrutiva, tal como uma pessoa há vinte anos em um relacionamento horrível, do qual a pessoa não consegue se desvencilhar.
A dificuldade em se separar de relações que não estão mais sendo produtivas é um dos maiores fatores para desenvolver o vitimismo. O número de pessoas presas em relações destrutivas é incalculável. Com muita frequência, são pessoas com dependência financeira, seja porque não possuem uma atividade que lhe proporcione autossuficiência ou porque a possuem, mas vivem em meio a uma gangorra que não permite que tenham segurança. Aqui vem uma boa dica para não ser uma vítima: tenha o seu dinheiro e saiba administrá-lo.
Astrologicamente, a propensão ao desenvolvimento de personalidade de vítima está muito relacionada ao signo de Peixes e aos seus equivalentes, como o planeta Netuno (que rege Peixes) muito destacado ou posicionamentos importantes na casa doze. No entanto, isto não quer dizer que alguém nascido com o Sol em Peixes, por exemplo, tenha que ser necessariamente uma vítima.
Dicas para evitar o vitimismo
Infelizmente, hoje é grande o número de vítimas, em todos os extratos sociais. Há vítimas milionárias. Isto porque ser vítima não depende das circunstâncias de vida, mas da postura que se assume. Há pessoas que não têm carro e nem moram bem, mas estão longe de serem vítimas. Sentem-se crescendo, progredindo, construindo e geralmente lutam para ajudar os filhos a terem mais possibilidade do que elas. Muitas vezes, trabalham muito e não ganham tanto, mas fazem aquilo que está ao seu alcance.
Aqui vão algumas dicas antivitimismo.
01 – Tenha um foco e se ocupe. Não ter que fazer nenhum esforço ou precisar fazer pouco esforço é um dos maiores fatores de vitimização. Se o filho de trinta anos parece que não tem jeito, a mãe não tem que dar mesada. Se a irmã não consegue emprego há dois anos, você não tem que continuar a ajudar financeiramente. Nunca passe a mão na cabeça de uma vítima. Estas pessoas precisam ser estimuladas, e não mimadas. E se você tem a vida ganha, porque tem uma ótima pensão, um cônjuge que paga as contas, é rico, mesmo assim, tenha objetivos, coloque os seus talentos em funcionamento!
02 – Tenha desafios. Se puder, sugira desafios, novidades para alguém das suas relações que seja vítima Provavelmente, a pessoa irá refutar várias das suas ideias, mas quem sabe alguma coisa não funcione? Também coloque pessoas com propensão a vitimização para cima, porque a vítima tem a autoestima muito baixa e não confia na sua capacidade. É exatamente este o problema dela!
Ter desafios é importante porque uma das maiores tendências da vítima é se acomodar sempre no mesmo esquema. Muitas restringem a sua vida social, ficando limitadas só a sua família ou aos conhecidos. A vítima tende a não gostar de correr riscos e experimentar. Algumas justificam que já fizeram muito isto, mas é desculpa, porque um ser humano psicologicamente saudável está sempre aprendendo, não importa a idade.
03 – Cuidado com as relações de co-dependência Se você não está satisfeito em um relacionamento, não pare nele. Converse com alguém, leia livros, faça terapia. Enfrente este problema. Estagnar em relacionamentos que não preenchem mais nossos anseios é um dos maiores fatores de risco para a saúde emocional. Ocorre que há relacionamentos em que as pessoas se dizem falsamente felizes. Mentir para si mesmo infelizmente não vai ajudar a salvar uma relação.
04 – Tenha tempo para você e desenvolva interesses e hobbies seus. Uma vida pessoal rica tem mais chance de evitar a inércia típica do vitimismo. Entretanto, pode ser vitimismo também ter um monte de hobbies e não ter uma vida profissional significativa, dependendo dos recursos de outras pessoas para viver.
05 – Confronte os seus ‘não posso’. Não posso enfrentar tal pessoa, não posso me separar, não consigo estudar, etc. Quem não pode nada é a vítima! Se quer mudar, deixe as desculpas de lado e comece a fazer o que for possível, mesmo que aos poucos.
07 – Trabalhe o pessimismo. O pessimismo é um dos maiores fatores de vitimização. A vítima pessimista se diz desencantada com o que vê. Ocorre que não cabe a você julgar o mundo e as pessoas, e sim, fazer a sua parte. Se os outros são preguiçosos e você não é, você não tem nem que ser igual a eles e nem carregar todo o piano nas costas. Se o lugar em que você está é tão insalubre assim (injustiça, preguiça, mau caratismo, etc), cabe a você fazer algo para mudar. Descubra o que você pode fazer, porque sempre há algo, nem que custe muito esforço. Permanecer em ambientes insalubres por muito tempo, e nos quais você é desrespeitado ou desestimulado, custa um preço muito caro da saúde psicológica.
08 – Cuidado com a ingenuidade. Cuide de você. Do seu dinheiro, do seu corpo, dos seus sentimentos e do seu tempo! Veja como está dispondo de todos os seus recursos, para você e para os outros. Busque um equilíbrio e uma racionalização disso.
Você não é vítima se…
• Tem alegria de viver, se sente criativo.
• Tem planos, sonhos, projetos, ambições.
• Investe em si mesmo.
• Não quer se apoiar em ninguém e não permite que ninguém se apoie em você.
• Quer ter um relacionamento ou já o tem, mas mantendo uma parcela da sua independência e individualidade. Você não precisa deste relacionamento como o ar que respira.
• Tenta coisas novas para mudar circunstâncias que não o agradem.
• Corre riscos: cria desafios em sua vida e gosta de coisas novas.
• Tem a capacidade de fazer coisas difíceis se sente que precisa. Assim, mesmo que estime o casamento, se fez tudo o que estava ao seu alcance e não melhorou, você cogita partir para outra. Você não fica se escondendo atrás de desculpas como “sou filho único e se me separar vou ficar sozinho no mundo”.
• Fica atento a sua atmosfera emocional e sabe quando nao está bem e precisa mudar de atitude. Dois meses de “dor de cotovelo” é normal, dois anos, não.
A Astrologia e as vítimas
Uma consulta de Astrologia orientada para o crescimento do indivíduo serviria para fazer um check up da sua vida e propor soluções. Se existe uma vítima em você, mas a sua consciência é maior e você quer ser o sujeito da sua vida, vai gostar da consulta, pois ela vai propor linhas de ação e estratégia, mostrar pontos fortes, valorizar os seus talentos e possibilidades. Ou seja, vai falar com o seu Eu, e não com a sua vítima!
Uma boa consulta de Astrologia também pode ser uma oportunidade para trabalhar conceitos e ideias deturpados, que colaboram para o vitimismo. Uma delas é a de achar que alguém externo (pai, mãe, cônjuge, chefe, colegas, filhos) tem que lhe dar reconhecimento. A raiva pelo reconhecimento não recebido pode gerar a vítima teimosa, ao estilo “estou muito deprimido por sua causa”. A pessoa, obviamente, não tem consciência deste comportamento, que, no fundo, muito a prejudica, levando-a a ser machucada seja no trabalho, na família ou nos relacionamentos afetivos. Aliás, uma outra característica das vítimas é a dificuldade em aceitar a perda e as mudanças.
Muitas vezes, para desmontar os mecanismos vitimizantes, é necessário mais de uma consulta astrológica. E cada consulta tem que ser objeto de trabalho interior por parte do cliente. Eu algumas vezes proponho consultas de uma hora, depois da consulta de duas em que eu falei sobre as perspectivas daquele ano. O cliente marca estas consultas de uma hora quando sente necessidade de esclarecer algum aspecto de si mesmo ou do seu momento. Mas para que elas sejam realmente estimulantes e produtivas, ele tem que se esforçar, se comprometer e valorizar o conteúdo que está sendo passado. Esta vitalidade tem que existir dentro da pessoa para transformar a vítima que há dentro dela em força, criatividade, mudança e novas descobertas!
Caso não haja um astrólogo em sua cidade que tenha uma abordagem mais psicológica-comportamental, existem várias alternativas, como terapia, grupos de ajuda, prática de yoga, trabalho voluntário, etc. Se você se identificou com o que está escrito neste artigo, não deixe a vítima vencer pela inércia. Acredite em você e na sua capacidade de virar o jogo. Outros já fizeram e você também pode!