O mapa astral de Elizabeth II e os trânsitos da sua morte

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O CHAMADO DO DEVER, MAS A CONTRADIÇÃO, ESPELHADA NO MAPA, DE ASSUMIR UMA TRADIÇÃO QUE IRIA TER DE PASSAR POR MUDANÇAS

O que mais vi nos noticiários ontem (08/09/2022) sobre a morte de Elizabeth II foram observações sobre sua longevidade e estabilidade ao longo do tempo. Talvez não haja definição melhor para uma pessoa cujo Ascendente foi Capricórnio, sendo regido por Saturno, planeta mais destacado do seu mapa, o senhor do tempo, que a entronizou como a segunda monarca com reinado mais longo, atrás apenas de Luís XIV, que a ultrapassou em 2 anos.

Capricórnio também se afinou com o Sol taurino, ambos do elemento Terra, que leva as tradições adiante. A própria Elizabeth, por sua vez, também se via de uma forma saturnina, o regente do seu mapa. Sempre deixou claro a colocação do dever – Saturno – à frente de tudo em sua vida. Saturno conjunto ao Meio-do-Céu delineava sua vocação para autoridade e também sua responsabilidade desde muito cedo.

2022: O ANO QUE SATURNO E URANO TOCARIAM UMA IMPORTANTE CONFIGURAÇÃO NO MAPA DA MONARCA

A monarca estava com a quadratura Saturno/Urano, o principal aspecto de 2021 e 2022, gerador de grande instabilidade, atuando sobre uma quadratura em T (configuração de tensão) no seu mapa natal envolvendo Marte, Júpiter, Saturno e Netuno.

Destaque-se que, em maio/22, ocorreu um eclipse exatamente sobre o Saturno da rainha, que, no seu mapa, regia, a um só tempo, o poder temporal, como representante de um reino, e o corpo físico (Ascendente). Eclipses podem “apagar” ou realçar algo. No caso, apagaram o Saturno de Elizabeth, que, por debilidade física (regente do Ascendente, o corpo físico), recentemente abriu mão de participar de compromissos oficiais. Seis meses antes, um eclipse caía no Fundo-do-Céu, a base do mapa, já preparando terreno para a debilidade de 2022.

UM REINADO CONSTRUÍDO SOBRE A DESISTÊNCIA DO TIO EM SER REI

Elizabeth nasceu com Marte conjunto a Júpiter em Aquário e ambos em oposição com Netuno em Leão, com este conjunto de planetas em quadratura com Saturno em Escorpião. Ao longo da vida, lidou com numerosas mudanças (Aquário) na estrutura real, não raro geradoras de crise (Escorpião), e nas quais sentia que tinha por missão (Netuno, o planeta missionário) levar adiante o longo legado da Família Real (Netuno em Leão). A coroa (Leão) era símbolo de idealização em patamares mundiais, mas também de sacrifício, algo bem ligado a Netuno em Leão.

Esta configuração natal já mostra uma promessa de colapso de um modelo até então vigente. Na verdade, Elizabeth já era fruto deste colapso, pois ela só chegou ao trono porque o tio renunciou a ele em razão do romance com uma americana divorciada, um escândalo de altas proporções na época.

Ao longo de todo o seu reinado o tal modelo aparentemente linear da monarquia britânica foi posto diversas vezes à prova, seja depois de dois anos de coroada, com o romance clandestino da irmã com um piloto da Força Real, até décadas depois em que seu filho, apaixonado por uma mulher mais velha e à época inadequada para o papel de rainha, escolheu por esposa uma princesa que alçou uma inesperada popularidade, maior do que a da própria Elizabeth enquanto foi viva. Diana foi uma enorme pedra no sapato da monarca, pois ninguém sabia o que fazer com uma princesa que expôs publicamente o seu martírio de ter sido uma esposa de fachada e que queria se divorciar. Décadas depois, novos questionamentos vieram através do neto Harry e sua esposa Megan, que pediram para sair da Família Real. Ou seja, foi sempre o amor (Netuno em Leão), que desde o início bagunçou fortemente todas as estruturas (Netuno em tensão com Saturno), levando a situações de crise (Saturno em Escorpião) e de inevitáveis mudanças e reformulações (Marte e Júpiter em Aquário).

TRÂNSITOS DA MORTE

A estressante quadratura Saturno/Urano pressionou fortemente a já estressante Quadratura em T do mapa natal da monarca quase centenária. Além disso, Plutão está próximo de entrar em Aquário, em 2023, formando também aspecto de tensão com o Sol, o doador da vida, de Elizabeth, uma taurina “dura na queda”, como muitos nativos. Mas Plutão rege final de ciclos, e, como boa taurina, a rainha ficou o máximo que pôde, 10 longos setênios.

No anúncio da morte, a Lua, astro de passagem rápida, estava também em Aquário, se aproximando de Saturno. A Lua tem um peso pena na dança dos planetas, mas, neste caso, foi a pena que faltava em um cenário de peso e desgaste, de final próximo.

Proibida a reprodução do texto sem a autoria da astróloga Vanessa Tuleski, sob pena de ferir direito autoral.

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