Filme traduz céu astrológico e protagonista ensina sobre força e persistência
Filmes são lançados sob um pano de fundo, o céu astrológico em que acontecem. Por isto, muitas vezes espelham fortemente o simbolismo daquele momento. É o caso de “Joy: o Nome do Sucesso”, lançado nos Estados Unidos no final de 2015, sob a vigência de dois trânsitos importantes: a quadratura Saturno/Netuno (2015/2016) e Júpiter em Virgem (de agosto de 2015 a setembro de 2016).
O primeiro simboliza um momento de dissolução de estruturas e de incertezas (tendo, por isto, como um subproduto possível o pessimismo), o que vai permear o ano de 2016. Já o segundo fomenta o primeiro, ao marcar uma possível época de desaceleração econômica (desde meados de 2015). O trânsito de Júpiter por Virgem é conhecido pelos astrólogos por ensejar menor prosperidade, pois coloca o planeta da abundância (Júpiter) em um signo de comedimento e economia (Virgem).
Estes dois trânsitos definem as bases de “Joy”, de maneira que o filme contém pistas sobre como lidar, até meados do ano, com o período de menor prosperidade e também incerteza. A via de crescimento (Júpiter) é pelo trabalho (Virgem) realista, persistente e bem feito.
Sonho x Realidade
Joy era uma garotinha inventiva, apoiada pela avó, que valorizava os talentos da menina e dizia que ela teria um grande potencial. Isto tudo pode ser representado por Netuno, planeta que em nosso Mapa Astral rege o sonho, o ideal e o potencial.
O tempo passa e ela se torna uma jovem mulher divorciada, com duas crianças pequenas e um modesto emprego em uma companhia aérea. Além disso, está sempre lidando com problemas que parecem ser maiores do que ela (uma possível expressão de como podemos sentir o trânsito Saturno/Netuno, como se frequentemente estivéssemos sendo lançados para o caos): pais separados que não se entendem, um ex-marido que reside no porão da casa, uma mãe reclusa que vive mais no mundo da TV do que no real, um carro velho cuja porta está emperrada e blusas que vivem ganhando manchas. Aqui temos Saturno, a realidade.
A jovem está visivelmente sobrecarregada e, em meio ao estresse e às pressões, começa a se perguntar o quão distante a vida dela (Saturno) está dos sonhos (Netuno) de infância – mas, principalmente, da sua própria essência! Ela começa um processo de decepção com a própria vida e consigo mesma. Neste ponto, temos a primeira lição do filme: nem sempre se decepcionar é ruim, se a pessoa usar este sentimento para sair em busca de uma solução para substituir o que não vai bem por algo potencialmente muito melhor.
Neste ponto, temos a primeira lição do filme: nem sempre se decepcionar é ruim, se a pessoa usar este sentimento para sair em busca de uma solução para substituir o que não vai bem por algo potencialmente muito melhor.
Assim, decepção e desencanto iniciais podem ser muito bons – mesmo que não sejam fáceis de tolerar – quando ensejadores de mudanças para pessoas proativas, perfil da protagonista.
Um outro ponto é que Joy enxergou uma oportunidade, o que tem muito a ver com o trânsito de Júpiter por Virgem: chances de prosperidade (Júpiter) que estão ocultas no cotidiano (Virgem), esperando para serem descobertas. E o que diferencia a protagonista de muita gente é que ela enxerga, mas também aposta (Júpiter) e trabalha em cima disso (Virgem = empenho).
Depois de se decepcionar com o que tem, sair em busca de algo melhor, enxergar e apostar em uma oportunidade, vem um terceiro e último elemento necessário ao sucesso: persistência! Esta qualidade pode ser associada a Saturno, planeta da determinação, que, na sua interação com Netuno, pode significar persistir (Saturno) pelos seus sonhos (Netuno). Contudo, não imagine ser algo fácil. Persistência é persistência! E o filme irá mostrar alguém que não desiste antes de esgotar todas as instâncias.
O perfil virginiano de Joy
Nesta moça, vivida com riqueza emocional pela atriz Jennifer Lawrence, que irá se revelar sempre muito valente, veremos muitos elementos do signo de Virgem, por onde Júpiter transita de agosto de 2015 a setembro de 2016: ela é inteligente, inventiva, prática e prestativa. Além disso, quando não está com o uniforme de trabalho (Virgem rege o trabalho e, por consequência os uniformes), veste a dupla camisa e calça, além de em boa parte do tempo estar de rabo de cavalo. Ou seja, tem um visual básico e prático, ao gosto deste signo, que, quando usa enfeites, em geral opta pelos pequenos e/ou discretos (importante: se você é virginiano(a) e não é assim, lembre-se que há diversos fatores no Mapa Astrológico que nos dão nuances variadas – faça aqui a versão mini gratuita do seu).
É a batalhadora Joy quem dá conta de todas as encrencas da família. Sendo tão eficiente e aplicada (Virgem), seus familiares, por sua vez, acabam espelhando a sombra do signo oposto a Virgem: Peixes. Todos parecem um pouco fora do mundo real, enquanto este, por seu turno, pressiona a única pessoa mais centrada ali por todos os lados. Assim, enquanto a protagonista rala e resolve impasses, seus parentes assistem televisão compulsivamente e são incapazes de resolver problemas práticos (a mãe), pulam de um namoro para o outro como adolescentes (o pai), são dependentes (o ex-marido, que não engrenou na profissão de músico, também associada a Peixes) ou, ainda, se ocupam em fazer críticas (a meia irmã, que ajuda o pai com um empreendimento e não tem nem metade da visão e do discernimento de Joy, além de invejá-la). Completa o quadro uma nova namorada para o pai, que é riquíssima e que, com isto, não tem de se preocupar com os limites sufocantes que fazem parte do dia a dia da protagonista. O resultado é uma protagonista sobrecarregada e cercada de gente despreocupada, que se apoia nela (é de se perguntar, porém, no que ela também contribuiu para isto) e que, por isto, tem a sensação – real – de estar quase sozinha para solucionar tudo.
O único personagem que responde a um perfil positivo do signo de Peixes é a avó, que a adora e a admira, sofre vendo o que Joy passa e nota como o potencial daquela brilhante moça é subtilizado. E será a semente que a avó planta, que sempre pareceu fantasiosa à jovem, que um dia germinará, propiciando o início de uma guinada – nada fácil – de uma vida limitada para outra com maiores horizontes!
A decepção como ponto de partida para uma virada
As crescentes pressões engendram uma grande crise pessoal que faz Joy começar a se perguntar: “quem eu sou, o que estou fazendo com a minha vida e será que de alguma maneira eu não traí a mim mesma?”. Isto tem tudo a ver tanto com o trânsito de Saturno/Netuno (o que não serve mais despenca, até mesmo estruturas físicas, como prédios antigos que precisam de reparos) e também com Júpiter em Virgem: momento de análise e de corrigir rumos que foram tomados errados. Não há problema algum em errar, mas faz parte do crescimento observar os erros para tentar aprender com eles. Autoanálise, reavaliação e correção (Virgem) sendo usadas para ensejar crescimento e novas oportunidades (Júpiter)!
A confrontação entre a vida que tem e a que idealizou também faz Joy olhar para os potencias que ficaram latentes naqueles anos todos. A avó sempre dizia que ela era inteligente, capaz e inventiva. Assim, em uma situação do cotidiano (Virgem), Joy redescobre estas qualidades e inventa um esfregão (Virgem é o signo dos utensílios que utilizamos) bem melhor do que a média, e tem a ideia de solicitar o patrocínio do pai e da namorada dele. Faz parte do trânsito de Júpiter em Virgem progredir a partir do trabalho, inteligência, sagacidade e esforço.
O valor da persistência diante de obstáculos inesperados
Pessoas cuja jornada é parecida com a de Joy
As pessoas nascidas com Júpiter em Virgem podem ter um processo de crescimento parecido com o de Joy, com muito trabalho. Se você nasceu em um dos períodos listados abaixo, é o seu caso:
Meados de ago/1932 a ago/1933
Ago/1944 a ago/1945
Meados de jul/1956 a meados de dez/1956
Meados de fev/1957 a jul/1957
Meados de out/1967 até meados de nov/1968
Out/1979 até out/1980
Set/2003 a set/2004
Aqui se intensifica a presença do outro trânsito que permeia o filme: Saturno/Netuno. Além do desencanto com a vida que em algum momento Joy tem, este aspecto responde pelas enormes barreiras ao sonho que ela enfrenta. A quadratura, pelo simbolismo dos planetas envolvidos, pode ser vivida de duas formas. Aquilo que eu faço (Saturno) encontra obstáculos invisíveis e/ou inesperados (Netuno) ou, ainda, aquilo que eu sonho (Netuno) requer muito, muito trabalho (Saturno) para concretizar. Nascidos durante a vigência de combinações Saturno/Netuno (1952/1953, 1963, 1970/1972, 1979/1980, 1989, 1998/1999, 2006/2007) podem ter esta temática em algum âmbito de suas vidas (profissional, afetivo, pessoal, saúde, etc).
Atravessar a descrença do pai e da sua namorada é o primeiro teste de Joy, e aí ela faz o melhor uso de Júpiter em Virgem, demonstra a eficiência e a competência que sempre teve para gerir o caos cotidiano e traz todo o trabalho pronto: o protótipo do produto, os custos, os dados. Mas ela vai além disso, pois precisa tirar de dentro de si o entusiasmo e a autoconfiança de Júpiter. Então, além dos dados técnicos (Virgem), realiza uma defesa apaixonada do produto e do potencial dele (Júpiter), respondendo, inclusive, de forma assertiva às bizarras perguntas da namorada do pai.
O momento de Joy e ano de 2016
O que significa a atitude que Joy teve, em tempos de crise, como o atual? Muitas coisas. Primeiro, é fácil se queixar. O aspecto Saturno/Netuno pode ensejar momentos de depressão e desânimo, como os que a protagonista passa. Mas o que você faz a respeito? Joy fez um esfregão muito bom e gastou dias desenhando e pensando nele.
Ela se dedicou ao projeto, que talvez não fosse dar certo. Apostar em coisas é algo ligado a Júpiter. Mas quanta gente simplesmente nem tenta, desiste, por medo de falhar?
A personagem também tem de lidar com algo bastante difícil: a crítica, que faz parte da temática de Virgem. O pai a critica, assim como a namorada dele, a meia irmã e até mesmo os potenciais compradores. A personagem luta contra um mundo que lhe diz constantemente “não” e lida com altos níveis de indiferença, descrença e ausência de empatia.
Por último, o fracasso a ronda sempre que ela pensa que a vitória está consolidada, e isto é algo que pode ser ligado ao teste de persistência típico de Saturno/Netuno. Um destes momentos em que tudo parece sucumbir (Saturno/Netuno) é quando o seu produto é apresentado na televisão por um apresentador que não vê qualquer valor nele (pois não faz limpeza de casa). Ele se atrapalha na demonstração e o ótimo produto de Joy está simplesmente fora dos anúncios (depois de ela ter fabricado um número gigantesco de unidades a pedido do programa) por causa deste acontecimento. Aqui é para se pensar: quantas vezes algo potencialmente bom é desvalorizado por que simplesmente quem tinha que avaliar/comprar não tinha a menor ligação, interesse ou entendimento do que se tratava? Quantos atores, escritores, empreenderes de sucesso não tiveram suas ideias iniciais negadas porque o mercado tende a ser naturalmente conservador?
Os enormes obstáculos que encontra ao longo do projeto, com constantes falhas e até descaradas sabotagens externas, muitas vezes fazem com que Joy questione a vida e também a sua competência. Mas depois que resolveu dar a guinada, e que sua vida ficou completamente inviabilizada e complicada por enorme dívidas e hipotecas, Joy sente não pode desistir mais, ou irá sucumbir à velha vida e a pessoa era antes chegar ali: sobrecarregada, apagada e insatisfeita. É preciso mudar.
Então, além de persistir (Saturno/Netuno), ela faz coisas virginianas: lê, estuda, olha minúcias, realiza pesquisas e também se lança com mãos à obra, vai até fornecedores e enfrenta a parte prática do seu projeto. Oferecer algo novo, lidar com ceticismo e expor-se a críticas e negativas é uma das coisas mais difíceis que existem. Mas muita gente não faz isto. E, por isto, também não chegam onde a protagonista alcança. O caminho para o sucesso pode ser palmilhado por erros, humilhações e requerer grande resiliência, um outro valor positivo do signo de Júpiter em Virgem. Bem como aprender (Júpiter) a começar pequeno (Virgem) para ficar grande.
E não é só no externo que ela encontra barreiras e situações que a deixam no limite: é também dentro de casa, pelos seus familiares (a cultura em que cada um de nós cresce). A partir do momento em que a trajetória dela assume um ponto bem perigoso, toda a pressão deles é para que ela entregue os pontos e admita que falhou e volte a ser aquela moça modesta e que conhece seus limites, além de continuar cuidando tão bem deles. Não é por maldade que a família faz isto, mas com frequência as pessoas podem provir de ambientes que não incentivam o crescimento. Quando alguém começa a crescer, a assumir novas posturas, aqueles que estão em posição de dependência e/ou inferioridade podem temer uma guinada que talvez nunca tiveram coragem de bancar.
A tentação para não melhorar de vida ou desistir antes do tempo
Assim, pode-se ficar à mercê de uma face sombria de Júpiter em Virgem: ao invés de usarmos este posicionamento para usar nossa inteligência a nosso favor e lutarmos por boas oportunidades, como Joy fez, nos deixarmos abalar por críticas e autocríticas ou por uma negatividade geral. Deixamo-nos vencer por queixas, vitimização e desânimo (lado negativo de Saturno/Netuno), que, a médio e longo prazo, só irão nos levar a somatizar estas insatisfações com doenças, obesidade, depressão, (lado negativo de Virgem).
Jennifer Lawrence concorre ao Oscar de melhor atriz porque soube espelhar os muitos momentos em que a personagem se decepciona e vai ao chão, duvida de si mesma ou tem de lidar com uma alguma nova barreira intransponível e ficar sempre à beira do abismo. É como se a sorte – e, não raro, boa parte das pessoas ao redor também – conspirasse contra ela, uma pessoa competente e esforçada. Em um destes momentos de profunda desilusão, a personagem corta, sozinha, seus cabelos bem mais curtos, como que dizendo: “estou jogando fora a beleza, as ilusões e as firulas, pois a vida não tem nada disso e é preciso ser prática”. Equivale, portanto, aos momentos de dor quando ficamos muito tempo (Saturno) às voltas com algum problema aparentemente insolúvel (Netuno). Mas, no caso da personagem, é também uma forma de se despojar de tudo por não ter mais nada perder – e, no caso dela, lutar até o fim, que é o que faz.
Como o filme é sobre sucesso, já sabemos que no final ela irá conseguir, mas foi a custo de atravessar o desânimo e todas as imensas provas de Saturno/Netuno e de se empenhar muito na parte prática e nos estudos com Júpiter em Virgem.
- Incentivo é bom, mas autoincentivo é melhor ainda. Joy recebeu um grande empurrão da avó (maravilhoso termos grandes incentivadores!), mas no final foi ela quem teve de aprender a acreditar em si mesma. A pergunta é até quando você vai esperar reconhecimento de fora para começar a fazer algo de importante para si mesmo (cuidar da sua saúde, largar um vício, concluir um curso importante)?
- Boas ideias – mas trabalho bem feito, além de boas doses de persistência. Projetos e sonhos podem demorar para decolar. Você está disposto a investir com persistência por um bom tempo? Além disso, algo bem feito requer detalhes (Virgem) bem amarrados. Por exemplo, um mestrado exige seguir a padronização acadêmica. Não adianta só ser gênio, é preciso adequar tudo a um formato e fazer estudos (Júpiter em Virgem) como Joy fez.
- Um escudo contra opiniões negativas. A busca por objetivo requer capacidade de construir escudo contra opiniões negativas. Haverá sempre alguém para dizer que você está errado ou que não vai conseguir. Isto não significa nunca ouvir críticas, mas saber discernir entre o que é útil e pode ajudar e o que é puro palpite, inveja ou desencorajamento.
- Prosperidade se constrói sabendo descobrir oportunidades e oferecer habilidades e serviços alinhados com talentos naturais. Muitos negócios de sucesso começaram assim. O sucesso vem muito mais fácil – e é mais recompensador – a partir de nossas habilidades naturais (Júpiter em Virgem), como foi o caso de Joy, do que tentando fazer algo somente porque se diz que é próspero.
- Lutar pelos seus projetos: é você quem tem de defendê-los. Eles são importantes para você. Não espere que o mundo vá lhe abrir as portas. O mercado tende a ser conservador e não gostar de apostar no que não conhece. A mensagem que ele transmite é: “antes de ser alguma coisa, você não é nada”.
- Quando algo não está bom, só há duas alternativas: adaptar-se ou mudar para trabalhar. Mas muita gente acaba encontrando um meio termo nada produtivo nisso, que é o de reclamar (e muito) sem fazer nada. Há muitos sócios no mundo do “clube da reclamação e da impotência”. Você quer ser um deles?
- Pés no chão, e com alguma dose de autoconfiança. Quem quer se estabelecer precisa ser cuidadoso com custos e noção de mercado. Joy é o tempo todo. Mas confiança mínima também é bom, senão ninguém se lança.
O filme, portanto, contém importantes lições sobre como lidar com tempos em que as oportunidades parecem invisíveis, mas que, no fundo, continuam a existir! Além de ressaltar três qualidades bem importantes: persistência, capacidade de se reinventar e força interior. Viva Joy!
Artigo escrito em 2016, mas lições eternas!
Vídeo sobre ter cuidado com momentos de desânimo e depressão ao longo de 2016, para não deixar Saturno/Netuno te derrubar e voltar a ficar em pé depois de momentos difíceis ou de derrotas, como Joy.
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1 comentário sobre “As Sete Lições de Prosperidade do filme “Joy””
Vanessa, grato pelo post e sua valiosa leitura de Joy.
E vamos em frente, pois nesse sobe e desce, devemos criar consciência, persistência e resiliência.
Esse trio, bem trabalhado em harmonia interior, vai nos ensinar a acreditar e com bom humor, vencer.
Sucesso sempre, syn!